Em meio à pandemia da COVID-19, dois nomes vêm se destacando no noticiário e até nas conversas informais entre as pessoas. Falar sobre respiradores e ventiladores, suas funções e até a escassez deles nas UTIs médicas de todo o mundo virou assunto recorrente na imprensa e no dia a dia de todos nós. Mas alguma vez vocês já se perguntaram o que faz cada um deles? Ou até mesmo se respiradores e ventiladores seriam apenas sinônimos de um mesmo equipamento?
A resposta é simples: ventiladores e respiradores não são sinônimos. São dois aparelhos com atribuições e usos completamente diferentes. Em comum, a importância no tratamento dos pacientes internados com COVID-19 e outras doenças que atacam o sistema respiratório. “De forma equivocada, muitas pessoas chamam os ventiladores pulmonares de respiradores. É um erro muito comum, principalmente agora com a popularização do tema.
Mas a função e a utilização deles é diferente”, afirma Tiago Franca, gerente de marketing de produtos da divisão de Anestesia e Cuidados Respiratórios da GE Healthcare.
O papel de cada um
Então vamos entender as diferenças de ventiladores e respiradores.
Segundo Tiago Franca, há uma forma simples de diferenciar um do outro. “Um ventilador pulmonar é uma máquina que ajuda o paciente a respirar quando ele não consegue fazê-lo sozinho por estar com algum nível de insuficiência respiratória ou algum outro problema que o impeça de respirar. Já os respiradores são equipamentos de proteção individual (EPI), semelhantes a uma máscara, geralmente usados por médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde para filtrar as partículas capazes de ocasionar doenças à medida em que respiram”, explica.
Franca ainda reitera uma outra questão fundamental entre ambos: o público que eles atendem. “Os ventiladores bombeiam uma mistura de oxigênio e ar para os pulmões dos pacientes e removem o gás carbônico através de métodos não invasivos ou invasivos. Os respiradores são uma espécie de filtro para o profissional que faz seu uso, livrando de contaminações no ambiente hospitalar. Pessoas que não conseguem executar o movimento respiratório não podem ser ajudadas por um respirador. Elas precisam de um ventilador”, completa.
E de onde veio a confusão que todos fazem entre um e outro?
De acordo com o executivo da GE Healthcare, a democratização de diversos temas relacionados ao setor da saúde causada pela pandemia é a responsável por isso. “Antes, não se falava muito nem de um , nem do outro. Quando a doença começou a se espalhar mundo afora, houve especulação sobre a deficiência de ventiladores pulmonares nas UTIs hospitalares e posteriormente questões relacionadas à demanda. Acredito que como o ventilador auxilia na respiração, muitos decidiram chamá-lo de respirador, o que é errado no ponto de vista técnico, mas aceitável no dia a dia”, comenta.
Mesmos com funções diferentes, ventiladores pulmonares e respiradores têm algo em comum: a importância no combate à COVID-19. “Cerca de 5% dos pacientes internados com COVID-19 evoluem para um estágio mais grave da doença. É nessa hora que o ventilador salva vidas. Quando a capacidade de respirar espontaneamente fica prejudicada, é a hora de instalar um ventilador pulmonar para bombear a mistura com oxigênio, monitorar a enfermidade e os controles clínicos e estabelecer parâmetros de ventilação seguros”, frisa Tiago Franca.
Já os respiradores seriam uma espécie de proteção ao vírus da covid-19, considerado de alto contágio. “A ciência e os profissionais de saúde conhecem o alto poder de contágio que essa doença possui. E nas UTIs e enfermarias não é possível exercer o distanciamento social. Os profissionais têm que estar próximos e cuidando de cada detalhe para salvar vidas. Por isso, o uso de EPIs é essencial”, conclui.
fonte: GE do Brasil